22 de novembro de 2009

"A Partida", de Yojiro Takita



Tóquio. Daigo integra uma orquestra sinfônica em dificuldade, que acaba por ser dissolvida. Sem ter como pagar as dívidas, o músico vende o violoncelo e, tendo a concordância da mulher Mika (Riyoko Hirosue), decide retornar a sua cidade para morar na própria casa, vazia desde que sua mãe morrera, há algum tempo, sem que ele pudesse estar presente aos funerais. Lá, consegue um inusitado emprego: torna-se um “nokanshi”, uma espécie de coveiro especial, mestre em lavar e vestir cadáveres. Essa função advém de uma antiga tradição japonesa, de deixar o morto limpo, belo e bem tratado para seu último momento, função antes exercida pelas famílias dos mortos, mas já meio esquecida e agora por conta de profissionais liberais.

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28 novembro (sábado) - 19:00h
Museu da Escola Catarinense (antiga FAED)
r. Saldanha Marinho, 196, Centro.

ENTRADA FRANCA!

CLASSIFICAÇÃO - 14 anos

18 de novembro de 2009

"Páginas da Revolução", de Roberto Faenza

104 min

Em Lisboa, sob o regime Salazarista em uma Europa prestes a entrar na Segunda Guerra, Pereira (Marcello Mastroianni) é o editor de um importante jornal. Dentro deste contexto, decide contratar um jornalista para escrever óbitos antecipados de escritores famosos e grandes poetas. Pereira, então, se defronta com um jovem idealista, comprometido com atividades revolucionárias. Esse encontro transforma sua vida. Ele abraça com todas as forças uma causa que o torna um homem vigiado e perseguido. Um fugitivo prestes a escrever suas últimas páginas pela liberdade de expressão.

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21 novembro (sábado) - 19:00h
Museu da Escola Catarinense (antiga FAED)
r. Saldanha Marinho, 196, Centro.

ENTRADA FRANCA!

Debatedoras:

Janice Gonçalves (História / UDESC)
Simone Schimdt (Letras / UFSC)

CLASSIFICAÇÃO - 16 anos

10 de novembro de 2009

"Mar Adentro", de Alejandro Amenábar

125 min

Ramón leva quase trinta anos debilitado em uma cama sob os cuidados de sua família. Sua única janela para o mundo é a de seu quarto, junto ao mar por onde tanto viajou e onde sofreu o acidente que interrompeu sua juventude. Desde então, seu único desejo é terminar com sua vida dignamente - eutanásia. A chegada de duas mulheres alternará seu mundo: Julia, a advogada que quer apoiar sua luta e Rosa, uma vizinha do povoado que tentará convencer-lhe de que viver vale a pena. A luminosa personalidade de Ramón termina por cativar a ambas, que terão que questionar como nunca os princípios que regem suas vidas.

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14 novembro (sábado) - 19:00h
Museu da Escola Catarinense (antiga FAED)
r. Saldanha Marinho, 196, Centro.

ENTRADA FRANCA!

Debatedores:
Pedro de Souza (Literatura / UFSC)
Rafael Rosa Hagemeyer (História / UDESC)

CLASSIFICAÇÃO - 16 anos

3 de novembro de 2009

"O quarto do filho", de Nanni Moretti

de Nanni Moretti
98 min

Este filme retrata de forma realista e comovente a dor e o luto vividos por uma família de classe média italiana, frente a perda de um de seus membros. Giovanni, um psicanalista bem sucedido, leva uma vida feliz que compartilha com a mulher e um casal de filhos adolescentes, até que vê todo esse projeto ruir com a trágica morte do filho caçula.

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07 novembro (sábado) - 18:30h
Museu da Escola Catarinense (antiga FAED)
r. Saldanha Marinho, 196, Centro.

ENTRADA FRANCA!

Debatedores:
Cleudes Maria Slongo (Psicanalista / EBP)
Frederico Didone (Integrante Oficina Clínica do Feminino / EBP)

CLASSIFICAÇÃO - 12 anos

Ciclo de filmes "As relações do homem com a pena capital"

Por se perceber finito, o homem aguarda com ansiedade o que poderá ocorrer após a morte, e a crença na imortalidade, dada através das experiências religiosas, as quais garantem a manutenção da vida após a morte, simboliza, ao mesmo tempo, a recusa da própria destruição e o anseio pela eternidade.

Contudo, é extremamente importante perceber que o entendimento e sentido da morte não fora sempre o mesmo. Outrora, a morte não fora encarada propriamente como um problema, como o desfecho da vida de um indivíduo, mas como um processo integrado às práticas coletivas de cultos aos ancestrais, em virtude do extenso vínculo social e/ou emocional do morto para com sua respectiva comunidade; ou seja, o existir constituía-se como essencialmente relacional, pois a individualidade se encontrava envolvida pela totalidade da comunidade. Por isso, a morte não era percebida como fim, já que o morto apenas mudava de estado. Assim, apenas passava a pertencer à comunidade dos mortos, por meio de ritos adequados às ocasiões.

Atualmente, entretanto, como resultado dos processos de urbanização e industrialização, a grande cidade cosmopolita, impiedosamente, acabou por destruir os antigos laços relacionais, fragmentando as comunidades em núcleos cada vez menores, instaurando, desse modo, o extremo individualismo. O capitalismo impele ao indivíduo a máxima eficiência na produção, no consumo, corroborando para a manutenção ascendente do “progresso”. É provável que seja essa a razão do “escamoteamento” da morte por parte das sociedades contemporâneas.

A tentativa em ocultar a morte se dá por intermédio de procedimentos distintos: normalmente, em casos de doenças terminais, familiares do doente que se encontra às portas da morte, em cumplicidade com os médicos, acabam por esconder do paciente sua doença letal; crianças pouco freqüentam cemitérios ou velórios, com a justificativa destes espaços não representarem ambientes adequados à infantilidade e pureza juvenil; mortos postos dentro de caixões acolchoados, de cetim, os quais dão a impressão do falecido estar deitado, repousando, sobre uma cama confortável etc.

“Quem ensinasse os homens a morrer, os ensinaria a viver”
Michel de Montaigne.
(escritor e humanista francês)

Thiago Oliva

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Devido às inúmeras leituras e entendimentos que o homem faz da morte, a partir de suas respectivas estruturas culturais e sociais, o CineARTH os convida para assistir e debater filmes em que a pena capital se faz presente, aos sábados de novembro.

- 07.11 - "O Quarto do Filho" (2001), de Nanni Moretti
- 14.11 - "Mar Adentro" (2004), de Alejandro Amenábar
- 21.11 - "Páginas da Revolução" (1996), de Roberto Faenza
- 28.11 - "A Partida" (2008), de Yojiro Takita